terça-feira, 22 de março de 2011

Infertilidade VII - Azoospermia


A azoospermia consiste na ausência de espermatozóides no ejaculado. Este diagnóstico afecta cerca de 1% de todos os homens e 10-15% dos homens inférteis. Pode ser devida a diversas causas: falência do sistema hormonal do hipotálamo e da hipófise; incapacidade intrínseca do testículo de executar por completo a espermatogénese (produção de espermatozóides); e impossibilidade de os espermatozóides efectuarem o seu trajecto desde os testículos até ao pénis devido, por exemplo, a vasectomia anterior ou obliteração do epididimo.
Os homens com azoospermia são detalhadamente avaliados, incluindo entrevista clínica, exame físico, cariótipo (análise dos cromossomas), estudo molecular do cromossoma Y e determinações hormonais. A alteração do cariótipo mais frequente é a síndrome de Klinefelter (47, XXY).
Nalgumas situações estão indicados tratamentos hormonais para repor as hormonas em falta (hipogonadismo hipogonadotrófico) como na síndrome de Kallmann, doença que, para além da infertilidade, cursa com ausência de olfacto, testículos e pénis pequenos e pilosidade escassa.
No âmbito da Medicina da Reprodução, a biópsia testicular (BT), em casos seleccionados, permite obter espermatozóides que são criopreservados e posteriormente usados numa ICSI (Saúde da Mulher, 24/02/2011). Ainda se encontra em fase de apuramento técnico-científico a maturação laboratorial de células precursoras dos espermatozóides.
A BT pode ser realizada com uma agulha ou através de uma pequena intervenção cirúrgica. Neste último caso toma o nome de TESE (testicular sperm extraction) e consiste num procedimento sob anestesia em que o escroto e a cápsula que reveste o testículo são abertos; em seguida são removidos fragmentos de testículo que, em caso de sucesso, contêm espermatozóides. As complicações são raras e incluem infecção e hemorragia. Após a BT o homem deve repousar, aplicar gelo e tomar analgésicos.
(Imagem: http://www.seremas.com/english/images/azoospermia.jpg)