segunda-feira, 9 de julho de 2012

CIN é um acrónimo que significa neoplasia intra-epitelial cervical. Trata-se de um conjunto de lesões não invasivas do epitélio do colo do útero associadas à infecção pelo vírus do papiloma humano (HPV). Ainda que o seu diagnóstico possa ser suspeitado através da citologia do colo ou no decurso de uma colposcopia, CIN é um conceito histológico e o diagnóstico definitivo é feito através de uma biópsia ou numa peça de conização. Do ponto de vista microscópico ocorrem alterações na morfologia, proliferação e organização das células. Desde 1968 as lesões CIN são classificadas em três graus. No CIN1 (displasia ligeira) as alterações celulares não são tão marcadas e estão restritas ao terço inferior do epitélio. No CIN2 (displasia moderada) as modificações morfológicas são mais intensas e afectam os dois terços inferiores do epitélio. No CIN3 (displasia grave), também designado desde 1932 por carcinoma in situ, as alterações arquitecturais são máximas e toda a espessura do epitélio encontra-se afectada. A ausência de disrupção da membrana basal distingue o CIN3 do cancro invasivo. A regressão ou progressão das lesões CIN depende de diversos factores: mulheres mais jovens, não fumadores, sem compromisso imunitário nem carências nutritivas têm maior probabilidade de eliminar as zonas de epitélio comprometido. A compilação de dados de diversos estudos demonstrou que, em média, após o diagnóstico de CIN1 ocorre regressão em 57% das mulheres, persistência em 32%, progressão para CIN3 em 11% e progressão para cancro invasivo em1%; após o diagnóstico de CIN2 ocorre regressão em 43% dos casos, persistência em 35%, progressão para CIN3 em 22% e progressão para cancro invasivo em 1,5%; após o diagnóstico de CIN3 ocorre regressão em 32% das doentes, persistência em 56% e progressão para cancro invasivo em 12%. Assiste-se com frequência ao excesso de tratamento de lesões de baixo grau e até de casos em que há infecção HPV sem displasia. Assim, é importante um cabal esclarecimento, sem alarmismos, destas doentes por ginecologistas com experiência em colposcopia. Naturalmente, a decisão de tratar ou vigiar as lesões CIN e o tipo de tratamento (métodos destrutivos – criocoagulação, electrocoagulação e vaporizaçao LASER; métodos excisionais – conização com ansa diatérmica, agulha, LASER ou bisturi) dependem de muitas variáveis. (Imagem: http://www.google.pt/imgres?um=1&hl=pt-PT&safe=off&sa=N&biw=1024&bih=596&tbm=isch&tbnid=qJRlDbObrZjSmM:&imgrefurl=http://www.monografias.com/trabajos30/lesiones-cuello-uterino-citologia-merida/lesiones-cuello-uterino-citologia-merida.shtml&docid=ZPfkV_iblyPuGM&imgurl=http://www.monografias.com/trabajos30/lesiones-cuello-uterino-citologia-merida/Image1819.jpg&w=756&h=675&ei=n-_6T5e7MI25hAfHzLjlBg&zoom=1)