domingo, 14 de março de 2010
Dispositivo intratubário
A colocação de um dispositivo intratubário é uma técnica de contracepção definitiva que consiste no encerramento das trompas de Falópio, impedindo a fecundação dos óvulos. O procedimento não requer anestesia, pode ser efectuado em regime de ambulatório e tem uma curta duração.
A introdução faz-se com recurso à histeroscopia (Saúde da Mulher 17/10/2009), uma técnica que permite a visualização do interior da cavidade uterina através da vagina e do colo do útero. Após a identificação dos orifícios das trompas, os dispositivos (fibras de polietileno envoltas numa hélice de níquel e titânio com 4 cm) penetram nas trompas de Falópio com o auxílio do fio guia. Em 2 a 3% de doentes o dispositivo é impossível de colocar.
A mulher pode retomar a sua vida quotidiana logo após este processo. Ao longo de 3 meses a presença dos dispositivos irá induzir uma reacção de fibrose no interior das trompas, condicionando a sua obliteração. Contudo, nestes primeiros meses o dispositivo não é eficaz pelo que a mulher deve manter um outro método contraceptivo. No final desse período é realizada uma radiografia simples da bacia. Se estiver tudo bem a paciente pode interromper o método contraceptivo adicional. Em caso de dúvida é efectuada uma histerossalpingografia (exame radiológico em que é introduzido contraste pelo colo uterino) para verificar se as trompas estão ocluídas. Na rara hipótese de não ter sido eficaz, a paciente pode ser proposta para laqueação de trompas por laparoscopia.
Este método não está associado a complicações graves, não altera os ciclos menstruais, a vida sexual nem a menopausa; não implica anestesia, cicatrizes nem hospitalização. Trata-se de um processo irreversível com uma taxa de sucesso muito próxima de 100% no que respeita à prevenção de gravidezes indesejadas.
(Imagem: http://www.cmdrc.com/Data/Images/Essure-w.jpg)
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Boa tarde:
ResponderEliminarGostaria de saber se já está disponível em Portugal o DISPOSITIVO INTRATUBÁRIO PARA A ESTERELIZAÇÃO FEMININA, que foi descoberto por Cientistas Espanhóis no Centro de Cirurgia de Mínima Invasion Jesus Usón, em Cáceres, em 2007?
Maria João
Diversos hospitais públicos e privados portugueses colocam dispositivos ESSURE, pertencentes à Conceptus (EUA). O dispositivo ADIANA, que recorre à radiofrequência, pertence à Hologic (EUA); não tenho conhecimento da sua utilização clínica (e não apenas experimental) em Portugal.
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