
A histerossalpingografia (HSG) é um exame radiológico que assume um papel importante na Medicina da Reprodução pois permite avaliar a morfologia da cavidade uterina e se as trompas de Falópio estão permeáveis. A HSG pode ser útil noutras áreas como o estudo da morte fetal/abortos de repetição e a confirmação da obstrução tubária após colocação de dispositivo intratubário. Para além do seu valor diagnóstico, a HSG tem potencialidades terapêuticas: libertação de pequenas obstruções uterinas e das trompas; melhoria das propriedades do muco cervical e da camada de revestimento das trompas; e eliminação de algumas bactérias.
O exame é geralmente programado para a semana seguinte à menstruação. A doença inflamatória pélvica, a alergia ao contraste iodado e a gravidez são contra-indicações absolutas. A mulher não deve estar em jejum e é pré-medicada com um analgésico. Durante o procedimento a doente fica deitada de costas com as pernas afastadas e os joelhos flectidos. O médico desinfecta os genitais externos, introduz um espéculo, desinfecta a vagina, coloca uma pinça no colo do útero e introduz o cateter no orifício externo do colo. Em seguida é removido o espéculo e a doente pode estender as pernas ao longo do corpo. Durante a introdução do contraste pelo cateter, são obtidas imagens radiológicas em tempo real (fluoroscopia). Ao longo do exame o ginecologista dá indicação para a captura de imagens que poderão ser impressas numa película ou armazenadas em suporte informático. Nalguns casos pode ser solicitada a inclinação lateral do tronco. A doente deve tentar permanecer tranquila para não comprometer a qualidade das imagens. De um modo geral a HSG é desconfortável mas tolerada pela maioria das doentes. Consoante o protocolo de cada instituição a mulher poderá ser medicada com um antibiótico antes ou após o exame.
Questão: Estou a ser seguida no Hospital de Santa Maria porque não consigo engravidar (...) Fiz uma histerossalpingografia em Dezembro. Disseram-me que tinha as trompas permeáveis mas com retenção. O que significa isso? (Susana, Odivelas)
Resposta: A sua questão tem bastante pertinência. Cerca de 15 minutos após a realização da histerossalpingografia (HSG), exame descrito na última edição do Jornal de Odivelas, é usual a obtenção de uma radiografia simples em pé da cavidade pélvica. Essa película é detalhadamente observada e, entre outros aspectos, procura-se identificar meio de contraste, que é radiopaco, retido nas trompas de Falópio. A sua presença manifesta-se pela existência de uma imagem filiforme, hipotransparente que delineia o trajecto das trompas. Trata-se de um achado anómalo na medida em que uma HSG normal pressupõe a saída do líquido de contraste das trompas e respectiva constatação na radiografia simples em pé. A retenção de contraste associa-se a um risco acrescido de gravidez ectópica. Assim, tendo em conta as expectativas do casal, os antecedentes obstétricos e outros elementos da entrevista clínica, a observação médica, os resultados dos demais exames e outros dados da HSG, a equipa médica e o casal devem discutir as opções terapêuticas e a conduta a adoptar.
(Imagem: http://www.szote.u-szeged.hu/radio/emlo/emlo8c.gif - Exame normal; as setas apontam para as Trompas de Falópio)
Ola- gostaria de saber o que´pode ser imagem fibiliforme em região anexial[e]de 6,7cm .ja fiz cirurgia de anexectomia direita e salpingectomia esquerda
ResponderEliminarA leitora talvez queira dizer "filiforme", termo usado para designar algo delgado em que o comprimento (os tais 6,7 cm) predomina sobre a largura. Não tendo acesso às imagens é muito difícil dar-lhe uma resposta exacta. Pelo que percebi foi removida a trompa esquerda. À direita foi removida a trompa e o ovário ou apenas o ovário? Se tiver sido apenas o ovário, o que pode ter sucedido é que durante a histerossalpingografia o contraste extravasou pela trompa direita para a cavidade abdominal e acumulou-se numa loca peritoneal formada em consequência de aderências pós-operatórias.
ResponderEliminarBom dia !o lado direita foi removida a trompa e o ovário ,desde então sinto muitas dores ,tenho sangramento que fica 4 meses direto ,não menstruo normalmente ,sinto muitas dores como se estivesse uma ferida na minha barriga que queima e arde!
ResponderEliminarEfectivamente, não tendo acesso às imagens é muito difícil dar-lhe uma resposta exacta. Quanto às restantes queixas que refere é importante abordá-las no âmbito de uma consulta de ginecologia.
ResponderEliminarBoa noite. Fiz a histerossalpingografia a dois dias.Tive mt dor durante o exame e demorou a passar por uma das trompas,sendo preciso fazer duas vezes o exames no mesmo dia. Após o exame falaram q o contraste não retornou de uma das trompas. Tenho q me preocupar? E também estou com a sensação de estar com as duas trompas cheias, qd me viro na cama sinto ele se movimentar. Pode acontecer?
ResponderEliminarBom dia cara senhora. Deve colocar as suas questões directamente à equipa médica que a segue. Com os melhores cumprimentos, Carlos Veríssimo
ResponderEliminarOlá Dr. Qual as chances de ter infecção após histerossalpingografia? Grata
ResponderEliminarExma. senhora,
ResponderEliminarAs complicações infecciosas após a histerossalpingografia têm um espectro variável desde um processo local e simples até à formação de abcessos pélvicos e eventual sépsis. A incidência dessas infecções depende do protocolo de realização da histerossalpingografia, de patologia infecciosa pré-existente, da experiência do operador, da administração ou não de antibiótico (antes ou após o procedimento),... Assim, as séries publicadas os valores percentuais variam muito. Por isso sugiro que questione directamente na instituição onde irá efectuar tal exame qual é a respectiva casuística.
Olá! Fiz meu exame de Histero...à uma semana, e sinto dores abdominais do lado direito. Isso é normal?
ResponderEliminarO Resultado deu: Trompa pérvias. Utero apresentando mal formação congenita(bicorno e unicolis)O que isso quer dizer?
Obrigado
Exma. Senhora
ResponderEliminar"Pérvias" significa que as trompas são permeáveis, isto é, não estão obstruídas.
Útero bicórneo unicolis é uma malformação uterina acerca da qual poderá procurar imagens e informação em diversos sites de Medicina Materno-Fetal/Medicina da Reprodução. Quanto à dor não me posso pronunciar; poderá e deverá contactar o seu médico assistente.
BOA TARDE,
ResponderEliminarPODE INDICAR UM LABORATÓRIO OU HOSPITAL EM QUE REALIZE O EXAME HISTEROSSALPINGOGRAFIA EM SÃO PAULO, NÃO CONSIGO MARCAR ESTE EXAME.
Lamento mas a minha residência e local de trabalho é em Lisboa (Portugal).
ResponderEliminarmeu exame deu o seguinte resultado: "As trompas têm calibre e trajeto normais e se encontram permeáveis." Com esse resultado estou apta a engravidar?
ResponderEliminarPresumo que tenha feito uma histerossalpingografia por estar a tentar engravidar ainda sem sucesso. Esse resultado significa que não existem alterações tubárias que justifiquem a dificuldade em engravidar. Existem muitas outras causas de infertilidade acerca das quais deverá falar com o seu médico assistente.
ResponderEliminar