sexta-feira, 11 de junho de 2010

Pílula contraceptiva I e II



A pílula é um método contraceptivo amplamente conhecido e, quando correctamente utilizado, bastante eficaz na prevenção de gravidezes indesejadas. Sob este termo genérico existem diversos medicamentos disponíveis no mercado, com características próprias. Há pílulas combinadas, isto é, associações entre um estrogénio e um progestativo e pílulas que apenas contêm um derivado da progesterona.
No que respeita às pílulas combinadas, certas marcas são monofásicas (a dosagem é igual desde o primeiro até ao último comprimido), outras são bifásicas ou trifásicas (há dois ou três tipos de comprimidos com dosagens diferentes, habitualmente identificados por cores diferentes). Quanto ao número de comprimidos a tomar em cada ciclo, também há diferenças entre as várias marcas, sendo mais frequentes as pílulas com 21 comprimidos. De modo a evitar esquecimentos aquando do início da toma da embalagem seguinte, algumas marcas têm, no final do ciclo, comprimidos placebo, isto é, sem qualquer composto hormonal adicionado; assim, a mulher inicia a nova embalagem logo após ter tomado o último comprimido da embalagem anterior. Atenção que na pílula com progestativo isolado, de toma diária contínua, todos os comprimidos contêm substância activa. As pílulas combinadas também diferem na dosagem de estrogénio. Em todas as pílulas combinadas o estrogénio é o etinilestradiol, excepto uma marca que contém valerato de estradiol. Quanto ao componente progestativo, existem várias moléculas disponíveis (desogestrel, gestodeno, drosperinona,…), cuja opção pode depender de outros objectivos desejados como por exemplo, o efeito anti-androgénio para combater a acne e o excesso de pêlos.
A escolha de uma pílula não deve ser feita ao acaso; tendo em conta as múltiplas marcas existentes, cabe ao ginecologista a selecção daquela que mais se adequa a cada mulher.

Neste artigo serão abordados alguns temas práticos referentes à pílula contraceptiva. Este método pode ser iniciado no 1.º dia do período menstrual ou logo após um aborto do 1.º trimestre. As pílulas apenas com progestativo podem ser começadas por volta do 15.º dia após o parto mesmo que a mulher esteja a amamentar.
Os contraceptivos orais implicam o cumprimento de um horário. Caso ocorra um esquecimento inferior a 12 horas, o comprimido em falta deverá ser tomada de imediato e a mulher deve continuar o esquema habitual. Quando o esquecimento for superior a 12 horas, a mulher deve ler o folheto informativo ou consultar o seu ginecologista acerca das medidas a implementar. Os vómitos e a diarreia constituem indicações para utilizar um método contraceptivo adicional.
De um modo sumário, as principais contraindicações para uma pílula combinada são a presença, predisposição, factores de risco ou antecedentes de tromboses venosas ou arteriais, doenças do fígado, enxaqueca grave, hemorragia genital de causa não esclarecida, tumores dependentes de hormonas, gravidez e aleitamento. As pílulas apenas com progestativo têm menos contraindicações e podem ser utilizadas em mulheres que já sofreram alguma trombose ou tenham factores de risco para doença cardiovascular como, por exemplo, HTA.
Existem diversas interacções medicamentosas a ter em consideração, tais como antibióticos e anti-epilépticos; é importante informar que toma a pílula sempre que lhe for prescrito algum medicamento. Algumas infusões também podem alterar a eficácia da pílula, como a erva de São João. Certos parâmetros das análises laboratoriais sofrem interferência devido à pílula contraceptiva.
(Imagens: http://www.nlm.nih.gov/medlineplus/ency/images/ency/fullsize/10343.jpg; http://amalt.files.wordpress.com/2008/01/pills.jpg)

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